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Um Ano de ChatGPT e a Volta de Sam Altman: Como a OpenAI e as IAGs Estão Moldando o Futuro e a Dependência Tecnológica da Sociedade
Se você está lendo este artigo na semana de sua publicação, é provável que já tenha se deparado com duas notícias importantes: a comemoração do primeiro ano de lançamento do ChatGPT, ocorrido em 30 de novembro de 2022, e a controvérsia em torno da demissão e recontratação de Sam Altman como CEO da OpenAI, a empresa por trás do ChatGPT. Surpreendentemente, a saída e o retorno de Altman ocorreram em menos de cinco dias.
O ChatGPT é um notável exemplo de Inteligência Artificial Generativa (IAG). Funciona como um chat ou aplicativo de mensagens: você faz uma pergunta ou solicita que ele redija um texto, e em poucos segundos recebe uma resposta adequada. Talvez já esteja familiarizado com o ChatGPT ou até mesmo o tenha utilizado. Caso não o tenha feito, pode ser interessante conhecê-lo.
Apesar de parecer uma novidade, as IAGs surgiram na década de 1950, mas só recentemente ganharam popularidade devido ao avanço do aprendizado de máquina e à disponibilidade de grandes conjuntos de dados. Em essência, são sistemas computacionais treinados com vastos volumes de dados, como textos, imagens, música, vídeos e até mesmo dados sensoriais, como sons ou imagens de câmeras.
Com base nesse treinamento, as IAGs conseguem identificar padrões semelhantes aos dados utilizados e criar conteúdo com base nesses padrões. Por exemplo, uma IAG treinada com imagens de gatos pode identificar um felino em uma foto ou vídeo e gerar novas imagens realistas e originais. O ChatGPT foi treinado com uma grande quantidade de textos para reconhecer padrões na linguagem, permitindo que responda de forma relevante às perguntas dos usuários, com base no conhecimento adquirido durante seu treinamento.
Para adotar uma tecnologia, é crucial considerar dois aspectos: os benefícios de sua utilização e a acessibilidade para quem deseja usá-la. O crescimento rápido de sites e aplicativos que usam IAGs como base para seus serviços evidencia que atendem plenamente a esses aspectos. Muitas dessas aplicações têm como base tecnológica as IAGs desenvolvidas pela OpenAI. Sem ela, o interesse e a rápida criação de tantas aplicações acessíveis na internet não teriam sido possíveis.
Constantemente, nos deparamos com anúncios e notícias sobre empresas que implementam ou planejam implementar IAGs para aprimorar seus serviços e a qualidade do atendimento ao cliente, utilizando, quase sempre, a IAG da OpenAI como base.
A demissão e subsequente recontratação de Sam Altman na OpenAI causaram um tumulto, gerando especulações e notícias sobre os motivos desse episódio. A Microsoft anunciou sua contratação para liderar sua divisão de desenvolvimento de IAGs, oferecendo oportunidades de emprego para os funcionários da OpenAI interessados. Cerca de 700 desenvolvedores da OpenAI ameaçaram se demitir em resposta a essa movimentação. Isso resultou na substituição de membros do Conselho e na recontratação de Sam Altman, tudo isso em menos de uma semana!
O caos na OpenAI parece ter sido controlado, mas, qual seria o impacto da saída de tantos funcionários migrando para a Microsoft? Qual seria a instabilidade gerada pela falta de profissionais para manter os serviços já existentes funcionando? Como ficariam os centenas de novos aplicativos e sites que foram desenvolvidos com base em toda a tecnologia de IAGs da OpenAI?
Este acontecimento nos convida a refletir sobre a rápida adoção de novas tecnologias. Quando uma empresa ou indivíduo toma conhecimento de uma tecnologia ou serviço que poderia ser rapidamente incorporado às suas atividades diárias, é fundamental considerar se a empresa fornecedora do serviço está bem estabelecida e se o serviço oferecido por ela está estável e tem a disponibilidade necessária para suportar o aumento da demanda de uso. Um ponto que conta a favor é a empresa já ter em seu histórico a atualização regular dos serviços oferecidos e baixa ocorrência de indisponibilidade do serviço oferecido. Caso contrário, como ficaria a empresa ou o usuário que passou a depender dela como parte importante de sua rotina? Como ficam os dados que estão com ela?
Muitos aplicativos e serviços digitais foram descontinuados, deixando os usuários com sérios problemas por não poderem mais acessá-los ou, em alguns casos, por perderem acesso aos dados armazenados. Muito tempo e prejuízos devem ter acontecido para esses usuários e empresas, tentando encontrar alternativas para recuperar e/ou substituir o que perderam.
Muitas vezes nos tornamos dependentes de ferramentas digitais que, ao serem descontinuadas, nos deixam em apuros. Isso já ocorreu inclusive com ferramentas oferecidas por grandes empresas, como Google e Microsoft. Com o ChatGPT e todas as ferramentas digitais desenvolvidas com base nele, por pouco não passamos pela mesma situação. Certamente, muitos de nós já utilizamos algumas dessas ferramentas para auxiliar nosso dia a dia.
Já parou para refletir sobre a dependência que você ou sua empresa já tem das ferramentas digitais baseadas em Inteligência Artificial? Qual seria o impacto em sua vida ou na de sua empresa se alguma delas fosse descontinuada? Há alternativas para substituir as ferramentas digitais que utiliza atualmente?
Se estiver lendo este artigo no futuro, certamente terá uma visão mais clara das repercussões e desdobramentos desses eventos. Poderá julgar melhor minhas reflexões e suas consequências. Caso queira, compartilhe nos comentários suas opiniões, correções ou fatos interessantes relacionados ao que escrevi. Será interessante continuar trocando pontos de vista, seja entre nossos "eus" do futuro ou por meio de nossas inteligências artificiais. O futuro nos reserva muitas descobertas!
Para saber mais:
ChatGPT e a inevitável ascensão das Inteligências Artificiais na vida cotidiana | Portal FGV
Inteligência artificial: ChatGPT completa um ano - 30/11/2023 - Tec - Folha (uol.com.br)
Um ano de ChatGPT: nova governança e rumo a valuation de US$ 86 bilhões | Exame