A liderança em momentos de decisão

“Eu não lhe dei, Adão, nem um lugar predeterminado, nem quaisquer prerrogativas, a fim de que você possa tomá-los e possuí-los através de sua própria decisão e da sua própria escolha.” (Mirandola – 1463 – 1494)

Nos momentos de decisão ou em emergências é quase automático associarmos o surgimento de um líder. Normalmente carismático, a sua liderança parece mais necessária quanto mais instável for a situação. 

Porém, o surgimento de um líder carismático não é condição imprescindível para a construção de uma nação pujante ou de uma empresa de sucesso. É preciso que este líder seja, antes de tudo, um organizador, que possa levar avante processos que exigem adaptações às mudanças complicadas e desafiantes. Se sua condução permanecer a mesma dos anteriores, o papel desse líder terá sido somente de continuísta, pelo costume de ser sempre uma sucessão da mesma coisa: “sempre foi assim...”!

Esta virtude – ser organizado – é a mais necessária hoje quando as nações e as empresas estão buscando seu posicionamento neste mundo globalizado. E, sem dúvida, somente através de uma gestão organizada, planejada, os líderes do futuro poderão se realizar.

Esses líderes só serão reconhecidos pelo que entregam mais do que dizem, mais pelo que constroem do que controlam, mais pelos resultados que pelas intenções. E esses resultados serão conquistados, não pelo encantamento de frases mágicas, por táticas de intimidação, da retórica vazia ou de grandes manipulações, serão conhecidos pela prática da organização, pela gestão das diretrizes propostas, pelo planejamento e, principalmente, pela execução.

Toda execução presume uma decisão. E quando se toma uma decisão, pensa-se no futuro.  Não se tomam decisões para o passado. É necessário criar valor para as ações a serem executadas visando o seu desenvolvimento sustentado.

Em outras palavras é necessário criar um choque de visão. É mirar o futuro olhando o presente, ao que acontece. É fazer o trabalho com consistência, buscar a integridade, é voltar a restabelecer a confiança nas capacidades desvirtuadas, nas instituições e nas pessoas.

Este é o momento crucial, a da escolha de uma liderança neste momento de decisão, de confiarmos em líderes que saiam das suas promessas e que possam diagnosticar os fatores críticos que agreguem valor tornando-os determinantes, prósperos e modernos; isto para nossas empresas, para nossa cidade e para a nossa nação.

Este é o momento de distinguirmos entre ter ou não ter um bom ou um mau líder.

Este é o momento de nossa escolha, de nossa atitude como cidadão.

E seremos um Adão, por um dom de Deus, a praticar o primeiro ato do seu livre arbítrio. 

É agora!