A Terceira Onda acabou? O que vem agora: a Era da Resiliência!
Descubra "A Era da Resiliência" de Jeremy Rifkin, onde o autor desafia o paradigma do crescimento econômico e propõe uma transição para uma sociedade focada na sustentabilidade e adaptação. Nesta análise, exploramos como Rifkin visualiza uma reestruturação global para enfrentar crises climáticas e geopolíticas.
Participando de uma reunião do Premier Networking -exGV, meu amigo e mestre Arão Sapiro falou-nos de um livro recém-lançado no Brasil: A Era da Resiliência de Jeremy Rifkin -2022 (Edit.Cultrix – 2024). Entusiasmado com o assunto, busquei o livro e, pela atualidade do assunto e sua importância, achei por bem pinçar o que de mais relevante o autor nos proporciona para que seja compreendido.
“As espécies vivas que sobrevivem não são as mais fortes e nem as mais inteligentes; são aquelas que conseguem adaptar-se e ajustar-se às contínuas demandas, mudanças e desafios do seu meio ambiente”. Charles Darwin
Resiliência corporativa refere-se à capacidade de uma empresa de antecipar, preparar, responder e se adaptar às mudanças e interrupções, mantendo sua funcionalidade e competitividade. Isso envolve não apenas a resistência a choques, mas também a habilidade de se transformar e se beneficiar das mudanças. Empresas resilientes são aquelas que conseguem aprender com adversidades, implementar melhorias contínuas e inovar de forma a criar um futuro sustentável e próspero. A resiliência, portanto, não é apenas uma habilidade desejável, mas uma necessidade estratégica para a sobrevivência e o sucesso sustentável, e não somente das empresas, mas da humanidade toda.
Jeremy Rifkin, apresenta uma visão abrangente de como o conceito de resiliência pode moldar o futuro da humanidade e do planeta e propõe a transição de um paradigma de crescimento para um paradigma de Resiliência. É um livro denso e algo complexo, mas muito inspirador, podendo a sociedade sorvê-lo como um agente norteador de mudanças. Rifkin, sem dúvida, com seu olhar futurista, nomeia e nos coloca em uma nova Era, a Era da Resiliência.
Ele argumenta que a era do crescimento econômico ilimitado, impulsionado pelo consumismo e pela exploração de recursos, está terminando. Em seu lugar, ele propõe um novo paradigma focado na resiliência, que prioriza a sustentabilidade e a capacidade de sistemas sociais e ecológicos de se adaptar e prosperar em meio à mudança e ao estresse, sair de “crescer a qualquer custo” para “crescer de forma sustentável e adaptável”, reconhecendo os limites dos recursos naturais.
Rifkin vê um movimento em direção à desglobalização, onde economias locais e regionais se tornarão mais autossuficientes e resilientes, diminuindo a dependência de longas cadeias de suprimentos globais. E essa ação ganha importância por conta do aumento das tensões geopolíticas e das crises climáticas.
Em dado momento, propõe uma reorganização dos sistemas econômicos através da transição de sistemas centralizados e hierárquicos para uma distribuição mais democráticas, onde o poder e a tomada de decisões são descentralizados.
Ele visualiza uma economia circular e regenerativa que reduz desperdícios, reutiliza recursos e minimiza o impacto ambiental.
A tecnologia tem um papel crucial na Era da Resiliência, mas deve ser direcionada para soluções sustentáveis e regenerativas. Rifkin defende o uso de tecnologias de energia renovável, inteligência artificial e automação para apoiar uma economia resiliente.
Ele prevê a implementação de infraestrutura inteligente e redes de energia descentralizadas que maximizem a eficiência e minimizem o impacto ambiental.
Rifkin enfatiza que a transição para uma era de resiliência deve ser inclusiva e equitativa. Ele aborda a necessidade de justiça social e de políticas que garantam que os benefícios da nova economia sejam distribuídos de forma justa.
Ele defende a criação de empregos verdes e a requalificação da força de trabalho para integrar milhões de pessoas nas novas indústrias sustentáveis.
Um tema central do livro é o "rewilding" – a restauração de ecossistemas naturais e a reintegração de processos ecológicos que foram alterados ou destruídos pelas atividades humanas, defendendo uma coexistência mais harmoniosa entre a sociedade humana e a natureza, onde as cidades e comunidades são planejadas permitindo que os ecossistemas prosperem.
Uma nova forma de governança global que incentive a cooperação entre nações para enfrentar desafios como as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade e que as soluções globais devem ser implementadas localmente, adaptadas às necessidades e contextos específicos de cada região.
Ele sugere que as cidades do futuro devem ser “redes” de comunidades autossuficientes, conectadas por infraestrutura digital e de energia limpa, que apoiem a produção local e reduzam a pegada ecológica.
"A Era da Resiliência" de Jeremy Rifkin é uma visão estratégica para um futuro em que a adaptação e a sustentabilidade são fundamentais e nos convida a adotar um novo modo de pensar sobre crescimento, sustentabilidade e coexistência com a natureza.
Seu trabalho é um chamado à ação para reimaginar e reestruturar nossos sistemas econômicos e sociais, de modo a criar um futuro mais resiliente e equitativo para todos e desafia a todos a repensar como podemos coexistir de maneira mais harmoniosa com o planeta e com cada um.
É evidente que a visão de Rifkin parece-nos idealista e bastante ambiciosa. Pode ser inspiradora, mas de alto grau de dificuldade de implantação na prática pelas barreiras políticas, econômicas e sociais. Há também um lado Idealista e um enfoque otimista ao afirmar que podemos rapidamente nos adaptarmos e prosperarmos neste nosso mundo imprevisível e resistente às mudanças estruturais profundas.
Mas faz-nos pensar.
Referência:
Rifkin, J. (2022). The Age of Resilience: Reimagining Existence on a Rewilding Earth.
Edição brasileira: A Era da Resiliência - 2024 Editora Pensamento–Cultrix
Correção do texto: ChatGPT
Antoneli Oliveira
Gestão EmpresarialAdministrador de Empresas – ESAN/PUC; Consultor e conselheiro de empresas, especialista em Gestão; mentor no HITT-Hub de Inovação Tecnológica de Taubaté – UNITAU; Membro do ACT – Advisory Council Team exGV; Facilitador e Consultor do SEBRAE (2003/2010).
Escreve também para o Colunistas do Guia Taubaté e Spotway.
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