Projetos culturais terão R$ 5 milhões para valorizar a Pequena África
No centro do Rio, região concentra marcos históricos do povo negro
Onze projetos culturais vão dividir cerca de R$ 5 milhões para valorizar a Pequena África, na região central do Rio de Janeiro. Os recursos virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de instituições apoiadoras. Projetos propostos respectivamente pela Casa Escrevivência, pela Casa de Tia Ciata e pelo Instituto Entre o Céu e a Favela estão entre os primeiros colocados.

De acordo com os organizadores, os selecionados contribuirão para a preservação e valorização da memória e herança africanas na região da Pequena África. “Ao mesmo tempo, o edital garante investimento direto que fortalece manifestações culturais e organizações negras”, diz em nota o BNDES.
O certame foi liderado pelo Consórcio Viva Pequena África, formado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), Diáspora.Black e Feira Preta. O consórcio se tornou o parceiro gestor do edital após ter sido selecionado em chamada pública realizada em 2023 pelo banco.
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A escolha dos projetos levou em conta os critérios de relevância, impacto social, tradição e trajetória, maturidade organizacional, viabilidade técnica e poder de articulação. A Casa Escrevivência, espaço cultural lançado pela escritora Conceição Evaristo em 2023, ficou com o primeiro lugar. O local, situado no Largo da Prainha, abriga todo o seu acervo literário.
“Estamos falando de um patrimônio escrito, de um patrimônio bibliográfico, que sem sombra de dúvida se soma a outras memórias que estão implantadas na região como a memória da música, do samba, da culinária. Nós chegamos trazendo essa memória escrita”, explica Conceição Evaristo.
Segundo ela, o edital viabiliza concluir a implantação do projeto. “Teremos condições de trabalhar com treinamento de professores, de trabalhar com a comunidade do entorno”.
Na segunda posição, está o projeto Caminhos da Tia Ciata, voltado para a promoção de saberes afro-brasileiros por meio de oficinas, rodas de conversa e vivências, incluindo culinária ancestral, samba e capoeira. A valorização da memória da Tia Ciata, figura central na história do samba e da cultura negra no Rio de Janeiro, estrutura as atividades envolvidas.
“Ao longo de 12 meses, vamos realizar uma série de ações voltadas escolas, comunidades e o público geral”, explica Gracy Mary Moreira, presidente da Casa de Tia Ciata.
“Acreditamos que a cultura transforma, educa e constrói pontes. Queremos deixar um legado institucional duradouro fortalecendo o papel da Casa de Tia Ciata como referência na preservação da memória afro-brasileira”.
Localizada na zona portuária do Rio de Janeiro, a Pequena África é marcada por sua relevância histórica na formação da identidade cultural afro-brasileira. A região abriga o sítio arqueológico do Cais do Valongo, principal ponto de desembarque de africanos escravizados nas Américas, reconhecido desde 2017 como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A região tornou-se também patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro após o presidente Lula sancionar a Lei Federal 15.203/2025, na sexta-feira (12).
A Pequena África engloba também o Largo da Prainha, o Museu da História e Cultura Afro-Brasileira, a Pedra do Sal, o Cemitério dos Pretos Novos e a Casa da Tia Ciata, entre outros marcos históricos da região portuária do Rio de Janeiro.
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